sexta-feira, 27 de novembro de 2009

VÍTIMAS EM DUAS RODAS

       
        É literalmente uma guerra. O trânsito para quem conduz veículos de duas rodas, se tornou um campo de batalha. Desde que os Estados Unidos da América invadiu o Iraque em 2003, os norte americanos tem perdido em média 2 soldados por dia. No Brasil, 18 motoqueiros morrem todos os dias, vítimas de acidentes no trânsito. E os números poderiam ser maiores se os dados levassem em conta pessoas que perderam a vida em tratamentos nos hospitais ou que ficaram com seqüelas irreversíveis.
        Uma disputa inconseqüente pelo espaço nas estradas. Basta observar nas pistas de rolamento o vai e vem de motos entre carros, caminhões e ônibus. Uma frota em desenfreada correria, para muitos, fora de controle. E nada indica que o crescimento da frota de motocicletas irá diminuir. Pelo contrário, o desejo de independência e economia influenciam cidadãos a optar pela compra deste tipo de veículo. É uma maneira prática de ir de casa para o trabalho, por exemplo.
        Jeferson Terres, vive na pele este drama. Na noite de 13 de novembro, ele fazia este mesmo percurso, saía de casa para o trabalho. Trafegava com sua motocicleta pela rua Minas Gerais no bairro Morro do meio, quando sofreu um grave acidente. Praticamente imobilizado no leito do hospital São José em Joinville, hastes perfuram seus ossos em braços e pernas. A situação é desconfortável mas faz parte da recuperação. O equipamento é usado para fixar os ossos partidos com o impacto da colisão.
        Acidentes como o que aconteceu com Jeferson, causam muitos prejuízos. Pessoal e financeiro. Para o sistema único de saúde os gastos são enormes. Na maioria das vezes os traumas comprometem estruturas importantes do corpo humano. Quase a metade das lesões na medula óssea tratadas no país ocorre em motociclistas. O tratamento custa, em média, R$ 60 mil reais; e a recuperação da área atingida é lenta, muitas vezes as sequelas são irreversíveis. Só uma diária na unidade de terapia intensiva de um hospital tem um custo aproximado de R$ 7 mil.
        Se não dá para prever uma mudança neste quadro, é preciso que motoristas e motociclistas encontrem um modo de conviver em harmonia. E que os condutores valorizem a vida e respeitem as regras de trânsito.
        Para contribuir com esta conscientização, o hospital São José mantém o programa “Pense Primeiro”. O projeto trazido do Canadá em 2000, pelo médico Marcelo Prates, tem como objetivo conscientizar adolescentes para a prevenção de acidentes nas estradas, principalmente de motocicletas, as maiores vítimas de traumas. As visitas ao pronto socorro e nas alas de politraumatizados do maior hospital público em atendimentos do estado de Santa Catarina, são impactantes. Como forma de estimular o pensamento, nada melhor que vivenciar a realidade nua e crua da guerra no trânsito.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

A realidade das Regionais em Joinville


As Secretarias Regionais deveriam ser símbolos da democracia. Estão nas bases eleitorais, pulverizadas em regiões, próximas do povo, de cada comunidade. Deveriam ser importantes braços do poder público; com autonomia, com capacidade de resolver os problemas. Mas a realidade da maioria das regionais em joinville está longe deste ideal.
No bairro fátima, uma secretaria criada para acomodar pessoas. Eram mais de 40 funcionários, apenas uma servidora de carreira. No paranaguamirim teoricamente a manutenção de maquinários e a compra de equipamentos eram realizados constantemente, os gastos faziam parte da planilha, mas na prática, tratores com defeitos e equipamentos de trabalho sem nenhuma condição de uso. No Aventureiro, Itaum, Nova Brasilia, Jardim Paraíso, Vila Nova e Pirabeiraba as regionais foram entregues aos seus sucessores com pouco ou quase nada em suprimentos. E o pior, a herança da falta de serviço público trouxe tambem a revolta de muitos moradores.
A população do bairro Boa Vista encontra a regional na associação de moradores, é ali que está improvisado o atendimento. Um local apertado. Sem recursos materiais e com o que podemos chamar de um certo "apartheid". Servidores operacionais não convivem com funcionários da área administrativa. É assim que funciona também a regional do Iririú.
Na frente da Arena, a regional Centro se limita a trabalhos inesprecivos. Com seis funcionários operacionais as respostas às solicitações dos contribuintes são lentas.
Na contramão da triste realidade, estão as regionais do Boehmerwaldt, Costa e Silva e Comasa. As três secretarias, dispõe de um número razoável de funcionários, maquinários, suprimentos e boa estrutura física.
A visita deste repórter a cada uma das regionais de Joinville, apresentou a necessidade urgente de se rever a verdadeira vocação das secretarias, que em suma, é de fortalecer e desenvolver a comunidade onde ela está inserida, promover cidadania, bem-estar e oportunizar o equilíbrio entre as classes sociais. Para tanto, é imprecindível organizar e acima de tudo executar.